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terça-feira, 4 de junho de 2013

Prática de atividade física reduz risco do câncer de mama

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A mulher que tem uma vida ativa e pratica atividades físicas tem 30% menos risco de ter câncer de mama. O estudo é da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.

Na pesquisa que foi publicada no periódico Cancer, constatou-se que as mulheres que praticavam de 10 a 19 horas de atividade física por semana, corriam menos risco de ter a doença do que aquelas que não movimentavam o corpo.

Isso se justifica porque após a menopausa, o ganho de peso normal na idade aumenta os riscos de câncer de mama. No entanto, a mulher que pratica atividade física, consegue evitar esse ganho de peso e com isso, diminui o risco da doença.

Pular corda: brincadeira de criança ou treinamento sério?

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Antigamente era comum vermos a criançada do bairro se reunir nas ruas para brincar de pular corda. O hábito é tão saudável que alguns atletas continuam a praticar a sequência de saltos como parte do treinamento funcional, para desenvolver resistência aeróbia.

Além disso, o exercício é uma ótima alternativa para quem deseja perder alguns quilinhos e afinar a silhueta, pois uma hora de treino equivale a um gasto calórico entre 700 a 800 calorias, que pode variar de acordo com o metabolismo e o peso de cada pessoa. Por ser uma atividade mais dinâmica, o esportista perde peso sem sofrer tanto.

De acordo com o fisiologista Ricardo Zanuto, a prática aeróbica de alta intensidade proporciona a utilização de gorduras como fonte de energia, fazendo os “pneuzinhos” sumir. “Pular corda também fortalece os músculos da perna e aumenta a resistência muscular localizada”, completa.

Pulando para o asfalto - Segundo Zanuto, o hábito de pular corda pode ser um aliado dos corredores, que forçam muito os membros inferiores. “Ela proporciona uma maior resistência na musculatura das coxas, panturrilhas, glúteos e abdômen, fundamental para uma boa postura na corrida, conta.

O atleta pode praticar o exercício diariamente, sempre tomando muito cuidado para não abusar na duração total das séries e acabar com uma lesão. “O indicado é fazer uma sequência de um ou dois minutos de prática, com um descanso de 30 segundos entre elas”, sugere o fisiologista.

Cuidado com os joelhos - A afirmação popular de que pular corda enfraquece o joelho é um mito, porém se não houver cautela ou orientação de um profissional, o exercício pode sim causar uma lesão. “Na verdade qualquer pessoa que tiver lesão prévia nos joelhos deve evitar as cordas, mas se o atleta executar o movimento corretamente, ela não causa lesões”, alerta.

É muito comum o corredor sofrer lesões nos joelhos quando inicia o treinamento, mas com alguns cuidados prévios essas dores podem ser evitadas. “Alguns atletas começam com a postura de corrida errada ou acima do peso, com isso seu centro de gravidade muda, podendo sobrecarregar as articulações dos joelhos e tornozelos. É um esporte que requer orientação para não gerar lesões, ademais, é importante que os praticantes respeitem o limite de seu corpo”, conclui.

Duração do exercício não é principal fator na redução do peso

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De acordo com um estudo dinamarquês, realizado na Universidade de Copenhague, tanto 30 minutos quanto uma hora de exercícios diários são eficazes na perda de peso.

Os pesquisadores monitoraram 60 homens obesos, porém com uma rotina ativa, durante 13 semanas. Em média, os participantes que fizeram 30 minutos diários de atividade física perderam cerca de 3,6 quilos ao longo de três meses, enquanto aqueles que fizeram o dobro, ou seja, uma hora de exercícios, perderam apenas 2,7 kg no mesmo período.

A questão não deve ser centrada apenas na duração da prática de atividade física, mas também na intensidade com que esse exercício é realizado. Se o objetivo do indivíduo é a perda de peso, por exemplo, as variáveis intensidade e duração devem ser analisadas de maneira conjunta. Segundo a pesquisa, a duração do exercício não pode ser considerada como único fator na redução do peso. Em caso de indivíduos sedentários, a inclusão da prática de exercícios físicos regulares à rotina já é considerada como o principal facilitador na busca da perda de peso.

É necessária também uma avaliação conjunta do plano alimentar desse indivíduo, com o intuito de verificar o consumo calórico ao longo do dia, e ainda a avaliação dos exercícios de acordo com o gasto energético de cada atividade. Assim, é possível avaliar o balanço entre o gasto energético do exercício físico e a melhor reposição de alimentos. Nada adianta uma pessoa fazer exercício por um longo tempo ou com alta intensidade e depois abusar no consumo de alimentos calóricos e pouco saudáveis. Além disso, fazer 30 minutos de exercícios por dia é uma meta tão possível de ser alcançada que a pessoa possui vontade e energia para mais atividades físicas nos próximos dias.

É uma boa opção para as pessoas que querem iniciar uma rotina saudável. O estudo foi publicado no site da universidade.

Suplementação Alimentar: o que e para quem são os suplementos alimentares

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Forte apelo publicitário e a expectativa de resultados mais rápidos contribuem para uso indiscriminado dessas substância.

Os suplementos alimentares são compostos naturais destinados a complementar a dieta e fornecer nutrientes como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos ou aminoácidos. A suplementação serve para complementar a ingestão de alimentos e nutrientes que não foram consumidos na alimentação, proporcionando resultados benéficos ao corpo. A suplementação alimentar ajuda a garantir o aumento de um nutriente específico no organismo, e assim, torna a dieta mais completa. No caso de atletas, mais comum entre praticantes de musculação, os suplementos proporcionam o consumo de nutrientes essenciais para um melhor rendimento. A grande vantagem dos suplementos é a pouca quantidade de gordura encontrada neles. Porém, esses suplementos só devem ser utilizados por pessoas que não possuem uma ingestão diária recomendada de nutrientes ou para atletas de alto rendimento. “A suplementação alimentar quando corretamente indicada pode trazer grandes benefícios, mas deve ser indicada caso a caso. Se consumida indiscriminadamente pode causar de problemas no coração, rins e até causar câncer”, explica a nutróloga da clínica Slim Form (www.slimform.com.br), Dra. Ana Luisa Vilela.

A suplementação alimentar entra em cena geralmente quando as pessoas ficam ansiosas para verem o resultado dos exercícios físicos. O problema é quando a pressa é tanta que as pessoas não se consultam com um especialista, e consomem os produtos sem supervisão. “É importante que todos saibam que apenas seguir informações do rótulo não é suficiente, há ainda as necessidades individuais de cada pessoa bem como seu biótipo, sexo, idade e até genética”, afirma Dra. Ana. Por exemplo, uma pessoa que tenha algum tipo de problema cardíaco se fizer uso indiscriminado de suplementos com proteínas podem ter tensão dos vasos do coração. Ingerir ferro em excesso também pode fazer com que a substância se deposite nas artérias e cause cansaço. Muita vitamina C é capaz de aumentar o risco de pedras nos rins. E, no fígado, pode haver um acúmulo de gordura. Por isso, é necessária uma prescrição e realização de exames para identificar se há algum problema nos rins, fígado e coração. “Se a pessoa apenas faz academia ou atividades físicas moderadas, apenas uma mudança de hábitos alimentares pode ser suficiente”, diz a nutróloga. De acordo com ela, os suplementos mais procurados são os para ganho de massa magra.

Categorias dos Suplementos Alimentares


Para orientar o consumidor e garantir maior controle o Ministério da Saúde divide os suplementos em grupos. A seguir, uma síntese da função de cada um destes grupos e suas funções:

Energéticos: podem ser usados antes, durante ou após treinos e provas, dependendo das características do indivíduo e do esporte. Fornecem basicamente energia, vinda de carboidratos, e são encontrados em pó ou gel, como a maltodextrina e dextrose.

Proteicos: indicados para completar a ingestão proteica da dieta. O horário de consumo depende de uma série de fatores, mas muitas vezes são indicados para o pós-treino. Podem ser encontrados em pó, gel ou barra.  Fazem parte do grupo a Whey Protein, Albumina, Caseína e Isolado Proteico de Soja.

Compensadores: contém carboidratos, proteínas e lipídios, além de vitaminas e minerais. Encontrados em pó ou líquido. Indicados para desnutridos ou para atletas com necessidades aumentadas devido ao estado fisiológico, limitações na dieta ou tipo de exercício.

Repositores hidroeletrolíticos: São bebidas esportivas com o objetivo de repor água, eletrólitos e carboidratos de forma mais rápida, evitando a desidratação de uma atividade intensa e longa. É bastante indicado para corredores e ciclistas.

Aminoácidos de Cadeia Ramificada: fazem parte deste grupo os aminoácidos, indicados para aumento da massa muscular. Como exemplo temos os BCAAs, nome dado aos aminoácidos da cadeia ramificada, além de Leucina, Isoleucina e Valina. Os BCAAs são indicados para recuperação muscular e para exercícios de longa duração.

Termogênicos: estes contêm uma ou mais substâncias que aceleram o metabolismo como a cafeína ou o guaraná em pó. Podem contribuir para acelerar a queima de gordura.  Completam a lista de suplementos, precursores de hormônios e compostos de vitaminas, minerais e antioxidantes.

Alerta sobre suplementos alimentares


No Brasil, a idade média dos principais usuários de suplementos alimentares está entre 20 a 35 anos, e a mulher já é um público-alvo considerável. Essas substâncias estão isentas de registro, mas devem seguir um regulamento técnico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece critérios de classificação, indicação, composição e rotulagem. Também precisam de um número de notificação junto ao órgão de vigilância sanitária estadual ou municipal sobre o início da fabricação ou a importação. De acordo com a agência, alguns suplementos contêm ingredientes que não são seguros para o consumo ou contêm substâncias com propriedades terapêuticas, que não podem ser consumidas sem acompanhamento médico.

Os agravos à saúde humana podem englobar efeitos tóxicos, em especial no fígado, disfunções metabólicas, danos cardiovasculares, alterações do sistema nervoso e, em alguns casos, levar até a morte. Existem produtos fabricados a partir de ingredientes que não passaram por avaliação de segurança, e possuem substâncias proibidas, como estimulantes, hormônios ou outras consideradas como doping pela Agência Mundial Antidoping (World Anti-Doping Agency). No ano anterior, um bom exemplo, foi à suspensão de certos suplementos alimentares, como Jack3D, Oxy Elite Pro e Lipo-6 Black, que foram rotulados como substâncias de risco para as pessoas. Veja algumas dicas da Anvisapara identificar suplementos que não estão regularizados no País:

·         Promessas milagrosas e de ação rápida, como “Perca 5 kg em 1 semana!”;

·         Indicações de propriedades ou benefícios cosméticos, como redução de rugas, de celulite, melhora da pele, etc;

·         Indicações terapêuticas ou medicamentosas, como cura de doenças, tratamento de diabetes, artrites, emagrecimento, etc;

·         Uso de imagens e ou expressões que façam referência a hormônios e outras substâncias farmacológicas;

·         Produtos rotulados exclusivamente em língua estrangeira;

·         Uso de fotos de pessoas hiper-musculosas ou que façam alusão à perda de peso;

·         Uso de panfletos e folderes para divulgar as alegações do produto como estratégia para burlar a fiscalização;

·        Comercializados em sites sem identificação da empresa fabricante, distribuidora, endereço, CNPJ ou serviço de atendimento ao consumidor;

·         Solicite auxílio de seu nutricionista ou médico para a identificação de produtos seguros e regularizados junto à Anvisa;

·         Desconfie se o produto for “bom demais para ser verdade”! Ter um corpo definido e emagrecer nem sempre é rápido ou fácil, principalmente de forma saudável;

·     Consumidores que adquiriram produtos que contém DMAA na composição devem buscar orientação junto à autoridade sanitária local sobre a destinação adequada dos mesmos;

·         Mais informações podem ser obtidas junto à Central de Atendimento da Anvisa: 0800 642 9782

Consultora Técnica:Tatiane Cardoso Viana, nutricionista esportiva e clínica. Atua como Personal Diet, Coordenadora Comercial e Docente dos Cursos de Extensão Universitária da empresa Ser Saudável (www.sersaudavelnutricao.com.br).

Treinamento de força x emagrecimento: o papel da musculação nas alterações metabólicas

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A musculação assume cada vez mais importância em programas de intervenção direcionados a indivíduos com excesso de peso e/ou obesos.

O treinamento de força consiste basicamente em séries de exercícios com o objetivo de aumentar as capacidades dos músculos, auxiliando o praticante no ganho de resistência e massa muscular. Porém, muito além de apenas proporcionar um melhor condicionamento físico, o treinamento de força pode ser fundamental para as pessoas que visam o emagrecimento. O aumento da massa magra e o consequente aumento das taxas metabólicas de repouso, que repercutem decisivamente no equilíbrio energético diário dos praticantes, faz com que cada vez mais o trabalho de força seja indicado para esse tipo de objetivo. Segundo o doutor e mestre em Biodinâmica do Movimento Humano, Charles Ricardo Lopes, também preparador físico do tenista Ricardo Mello e da tenista Joana Cortez, o treinamento de força não age no emagrecimento, mas sim, na alteração da composição corporal do atleta. “Ao realizar o treino de força, a musculatura se expõe à microtraumas. Durante o treino, se gasta ATP (energia que o corpo precisa para sobreviver), e após o exercício, é necessário regenerar os músculos, havendo um aumento no gasto de energia”, explica Charles, acrescentando que “o trabalho de força altera a taxa metabólica basal e de repouso, e naturalmente, há um aumento de gasto de energia que auxilia na alteração corporal do indivíduo”.

No entanto, a musculação parece apresentar um gasto calórico inferior ao de modalidades aeróbias com intensidades moderadas a altas. O gasto calórico no treinamento depende de diversas variáveis como volume, intensidade, velocidade de execução e intervalo de recuperação entre séries e exercícios. Segundo Charles “os níveis de ATP do grupo agudo não é muito grande se comparado com o treinamento aeróbio”. “Ao tratar de rompimento de tecido muscular, o treino de força possui maior eficácia. Porém, em termos metabólicos, como gasto de gordura e glicose, no aeróbio temos um maior índice de aproveitamento”, ressalta o preparador físico. De acordo com ele, o treinamento de força pode não ter um caráter metabólico durante o treino, mas na recuperação após romper os tecidos musculares, a atividade pode ser positiva com relação ao emagrecimento. 

A característica metabólica do treino de força é anaeróbia, tendo como principais combustíveis energéticos a fosfocreatina e o glicogênio muscular. A fosfocreatina, também conhecida como creatina fosfato ou PCr, é uma molécula de creatina fosforilada, que é um importante depósito de energia nos músculos. Já o glicogênio é um polissacárido (carboidrato) e a principal reserva energética nas células, encontrado principalmente no fígado e nos músculos. “O músculo não usa gordura como energia, e sim, a fosfocreatina e o glicogênio muscular”, explica Charles. “A grande vantagem do treino de força é ser possível preservar e até aumentar a massa muscular, diferente do aeróbio, que não me garante a preservação da massa magra. Na musculação você não perde peso, e sim, medidas!”, diz.

Alimentação e o treinamento de força

Além de se preocupar com os exercícios que serão realizados, é necessário que o atleta fique de olho na sua alimentação, que deve ser balanceada e diversificada. Segundo a Dra. Ana Luisa Vilela, nutróloga da clínica Slim Form (www.slimform.com.br), “uma refeição pré-treino cuidadosamente preparada ajuda o atleta a garantir o máximo de energia, evitando assim que sua massa magra seja queimada durante o treino de força”. “Uma má alimentação no pré-treino pode causar cansaço e desestimular o atleta. Essa refeição deve ser feita entre 40 minutos e uma hora antes do treino, e deve conter de 30 a 40 gramas de proteínas de absorção mais lenta, sendo preferencial o consumo de ovos, frango e atum”, afirma Ana Luisa, explicando que “associar na alimentação carboidratos com baixo índice glicêmico é fundamental, pois os alimentos são digeridos de forma mais lenta e geram um fluxo constante de energia, que também aumenta o potencial de força”. Segundo ela, esse tipo de atleta deve preferir os cerais integrais como aveia e arroz, além de pão integral e batata doce.

“Vale ressaltar que comer de mais ou de menos também pode prejudicar o desempenho deste atleta, o ideal é que um profissional da área elabore um cardápio adequado à atividade, além de um exame de Bioimpedância”, aconselha. Já no pós-treino o organismo precisa repor o que foi perdido durante a atividade o quanto antes e tudo que for ingerido será absorvido rapidamente. Por isso, cuidado com o que se come! O importante é repor os estoques de glicogênio e fornecer substratos para que as fibras musculares sejam reconstruídas. No pós-treino, optar por carboidratos de alto índice glicêmico e proteínas de rápida digestão como pão branco, suco de frutas, carne magra, batata, macarrão, peito de frango, arroz branco, legumes, queijo branco, geleia e água de coco pode trazer melhores resultados.

Em treinos que perduram mais de 60 minutos, a nutróloga recomenda a ingestão de 30 a 60g de carboidrato por hora para não haver uma queda do rendimento, além de evitar fadiga e prevenir os sintomas da hipoglicemia. Portanto, é de suma importância o consumo de bebidas esportivas (600 a 1000 ml/ hora), que contêm água, eletrólitos e carboidratos. Outra opção é o carboidrato em pó diluído em água ou gel, que já vem pronto para consumo.

A alimentação faz parte do tripé que Charles acredita ser essencial para o emagrecimento. Segundo ele, o tripé é composto por alimentação balanceada, treinamento de força e treinamento aeróbio. “Apesar dos benefícios do trabalho de força, sozinho ele não faz milagre”, ressalta. De acordo com ele, qualquer pessoa pode começar um treinamento de força, desde que seja realizada uma avaliação física completa (parte funcional e morfológica). Se o objetivo é emagrecer, é necessário saber como está a composição corporal do praticante. Além disso, o preparador físico acentua que respeitar o repouso é essencial para melhores resultados no treinamento de força. Durante o descanso, a musculatura danificada se recupera e a taxa metabólica é alterada. Por isso, seja de 24h, 48h ou 72h, não importa! Respeite o repouso, tenha uma boa alimentação e intercale o treino para obter melhores resultados e perder aqueles quilinhos que estão incomodando com saúde e qualidade de vida!

Chegar aos 50 anos em boa forma física protege contra o câncer, diz estudo

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Um novo estudo oferece mais um motivo para investir no condicionamento físico: diminuir o risco de câncer.

Resultados de uma pesquisa com mais de 17 mil homens nos EUA apontam que quem tem um alto nível de condicionamento cardiovascular tem um risco menor de ter câncer e morrer da doença.

O benefício independe do IMC (Índice de Massa Corporal), isto é, uma pessoa magra que não se exercite tem um risco maior de ter câncer do que uma pessoa acima do peso que faça atividades físicas, de acordo com o trabalho apresentado no encontro anual da Asco (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), em Chicago.

Os resultados também levaram em conta tabagismo e idade.

Outros estudos já haviam mostrado que o condicionamento físico é mais importante do que o peso para prevenir doenças. Um deles, publicado no ano passado no "European Heart Journal", concluiu que obesos considerados saudáveis após exames tiveram um risco 38% menor do que os não saudáveis de morrer por qualquer causa.

Gordo ativo é tão saudável quando magro, dizem estudos

Na nova pesquisa, os participantes fizeram um teste de esforço na esteira, usado para prever o risco cardiovascular, por volta dos 50 anos.

Os pesquisadores seguiram os voluntários por cerca de 20 anos para ver quem desenvolveria câncer colorretal, de pulmão e próstata.

Nesse período, 2.885 homens receberam o diagnostico desses tumores --347 morreram da doença e outros 159 morreram de problemas cardiovasculares.

Ao ligar os dados do teste de esforço com o diagnóstico de câncer, os pesquisadores concluíram que os participantes com maior nível de condicionamento tinham um risco 68% menor de ter câncer de pulmão e 38% menor de ter câncer colorretal do que os mais sedentários.

Não houve diferença no risco de desenvolver a doença na próstata.

Entre os que tiveram câncer, o bom condicionamento físico foi ligado a um risco menor de morte.

Para o oncologista Fábio Kater, responsável pelo centro de oncologia clínica do Hospital 9 de Julho e que participa da conferência, já se tinha uma ideia de que o exercício poderia ter esse efeito protetor --um estudo já havia mostrado que, entre as mulheres, o exercício ajuda a prevenir contra o câncer de mama.

"A pesquisa tem um peso grande pelo tamanho da amostra e tempo de seguimento. Mudanças no estilo de vida podem ter um grande impacto a longo prazo."

Ainda é preciso investigar as razões por trás dessa ligação. A oncologista clínica Veridiana Pires de Camargo, do Hospital Sírio-Libanês, afirma que algumas hipóteses são a redução da inflamação e da gordura, a melhora da imunidade e até a liberação de endorfinas por causa dos e exercícios.

Idosos de São Paulo perderam anos de vida saudável na última década

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Os idosos de São Paulo estão vivendo mais, mas em piores condições de saúde. Na última década, a taxa de de incapacidade por doenças cresceu 78,5% entre os homens e 39,2% entre as mulheres acima de 60 anos.

Entre 2000 e 2010, essa população ganhou, em média, dois anos a mais de expectativa de vida, mas perdeu até três de vida saudável.

Os dados vêm de um estudo inédito obtido pela Folha feito a partir de um projeto da Faculdade de Saúde Pública da USP que acompanha diferentes gerações de idosos desde 2000.

A expectativa de vida de homens de 60 a 64 anos passou de 17,7 para 19,7 anos. No mesmo período, o número de anos de incapacidade pulou de 4,4 para 7,2. Entre as mulheres da mesma faixa etária, os anos de incapacidade passaram de 9,4 para 13,2.

Esse descompasso entre a vida longa e a vida saudável também vem sendo observado em outros países. No ano passado, um estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard comparou as condições de saúde entre 1990 e 2010 em 187 países.

A conclusão foi que a expectativa de vida cresceu, em média, cinco anos, mas pelo menos um ano foi de vida com incapacidade.

"Saúde significa mais do que retardar a morte ou elevar a expectativa de vida ao nascer. Precisamos entender melhor como ajudar as pessoas a viver os anos extras em boas condições de saúde", afirma Joshua Salomon, professor de Harvard e um dos autores do estudo.

PREVENÇÃO

A boa notícia é que, segundo o estudo da USP, vale a pena investir em prevenção mesmo na velhice, seja incentivando a prática de atividades físicas e dieta equilibrada seja mantendo sob controle as doenças já instaladas.

"Isso quebra preconceitos. As pessoas pensam que prevenção só cabe aos jovens, mas ela deve ser incentivada para que os idosos tenham mais qualidade de vida independentemente das doenças que já tenham", diz o geriatra Alessandro Campolina, autor do estudo da USP.

O médico também fez projeções sobre o impacto das doenças que mais afetam os idosos. Se a hipertensão e a diabetes fossem controladas, por exemplo, os homens ganhariam até seis anos de expectativa de vida livre de incapacidade.

O aposentado Juan Gimenez Torres, 76, aposta nisso. Controla a pressão alta com remédios, e nem a prótese que tem no joelho é desculpa para fugir da academia.
Praticando atividade física três vezes por semana, perdeu oito quilos e atingiu a marca que desejava: 80 kg.

"Muito idosos acham que estão velhos para começar qualquer coisa. É um erro. Nunca é tarde. Tem que parar de ficar só reclamando."

A prevenção e o controle das doenças crônicas, que respondem por quase 70% da carga de enfermidades dos idosos, são as chaves para um envelhecimento saudável.

O estudo da USP revelou que existe um grupo de doenças cujo controle aumentaria a expectativa de vida livre de incapacidade. São elas: problemas cardíacos, diabetes, hipertensão, quedas e doença pulmonar crônica.

O trabalho alerta para o aumento do sobrepeso e da obesidade, que estaria ligado a uma maior prevalência das doenças cardíacas e cérebrovasculares.

O câncer também vem aumentando na população idosa. Entre os homens, tumores de pulmão, próstata e colorretal são os mais prevalentes. Entre as mulheres, são os de mama, pulmão e colorretal.

As doenças mentais, articulares e as quedas são outros fatores importantes de incapacidade.

Para o médico Alessandro Campolina, os dados deveriam nortear os programas de prevenção e a alocação de recursos. "Não é só fornecer medicamentos. É preciso uma rede de assistência voltada para as necessidades dos idosos."

DIFICULDADES

Para a médica Maria Lúcia Lebrão, professora titular de epidemiologia da USP, faltam políticas públicas eficientes no país.

"É muito papel escrito, mas as coisas não caminham. Um terço dos idosos de São Paulo enfrenta dificuldades imensas. Muitos vivem sozinhos, trancados em casa, explorados pelas famílias, desnutridos e deprimidos. É triste."

Segundo ela, estudos já verificaram que até 40% dos idosos não têm contato social. "Muitos não têm limitação física, mas faltam estímulos."